MEDITEMOS.......
A ESCOLA
“ Escola é..... um lugar onde se faz amigos
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
Gente que trabalha, que estuda,
Que se alegra, se conhece, se estima
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
E a escola será cada vês melhor
Na medida em que cada um se comporte como
Colega, amigo, irmão.
Nada de ilha cercada de gente por todos os lados
Nada de conviver com pessoas e depois descobrir
Que não tem amizade a ninguém,
Nada de ser como o tijolo que forma a parede,
Indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade,
É criar um ambiente de camaradagem,
É conviver, é se amarrar nela!
Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil
Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se, ser feliz.”
Paulo Freire
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Postado por Cantinho da Alfabetização às 09:20 0 comentários
MEMORIAL
Nasci no dia seis de maio de mil novecentos e sessenta e cinco, no município de São Benedito Ceará, em uma família muito simples, sou a segunda de oito irmãos. No ano de mil novecentos e sessenta e oito, minha mãe veio a Brasília a procura do meu pai que tinha vindo há seis meses trabalhar na construção de Brasília, a nova Capital. Ao passarmos nas proximidades da cidade de Paracatu-MG, sofremos um acidente horrível, onde, onze pessoas morreram inclusive uma senhora que estava no seu oitavo mês de gestação. Sofremos alguns ferimentos, sendo que o mais grave foi o meu, um corte profundo na minha perna esquerda, cicatriz profunda que até hoje me faz lembrar aquela madrugada fria, escura e chuvosa.
Sem ter onde morar e sem noticias do meu pai, minha mãe procurou saber onde ele se encontrava através de uns velhos conhecidos que moravam no Gama DF. Ao saber da tragédia, meu pai ficou estarrecido, pois minha mãe não havia comunicado a ele que viria com toda família ao seu encontro, naquele tempo era de costume os nordestinos virem trabalhar aqui em Brasília e constituir uma nova família e nunca mais a esposa tinha noticias do mesmo, minha genitora não queria que o mesmo acontecesse conosco.
Com muito sofrimento e muita luta, depois de algum tempo meus pais conseguiram um lote em Planaltina DF, minha mãe estava grávida e meu pai sofreu um acidente no trabalho, ficando gravemente ferido, ficou um ano com a perna engessada.
Enquanto ele estava em casa minha mãe o alfabetizou. Meu pai colocou em seu coração que faria o possível e o impossível para que seus filhos estudassem, apesar da pobreza e do sacrifício, quando fiz sete anos fui à escola cursar a primeira etapa, tinha apenas um caderno e um lápis, não sabia bem o que estava fazendo ali, não conseguia assimilar o que era o tal do “BA,be,bi,bo,bu” que a professora tanto falava e porque eu tinha que passar o lápis por cima daqueles incansáveis pontinhos, o que eu gostava mesmo era dos desenhos que vinham para colorir, se algum coleguinha me emprestasse os lápis de cores,aquilo sim era que me dava prazer, pena que era muito raro isso acontecer, lembro-me também que de quinze em quinze dias tínhamos recreação de meia hora no final da aula, sempre com brincadeiras dirigidas pela professora, assim aprendi a brincar de queimada, bandeirinha, barra manteiga, amarelinha, pular corda.
Recordo da primeira cartilha que ganhei, meu coração parecia que ia saltar para fora de tanta alegria, era de capa azul, e tinha uma linda e colorida borboleta na capa e se chamava ATALIBA, não via à hora de chegar em casa e mostrar para minha mãe, não me recordo da reação dela, via aquelas letras como o menino que aprendeu a ver, como na historinha que li a pouco tempo.
Os anos que se seguiram não foram fáceis, a dificuldade na aprendizagem era berrante, mas como era uma criança quietinha e comportada acabava indo para outra turma, sem aprender escrever sequer o meu pré- nome, apenas copiava da ficha, que a professora me entregava, para eu copiar, com uma letra super ilegível que ninguém decifrava o que realmente eu queria escrever.
O tempo passava, naquele tempo não se ouvia falar em seriação e sim “etapas,” depois da terceira etapa a criança ia para a terceira série, fiquei retida na primeira etapa, para mim a professora falava javanês. Até que um dia inauguraram uma a Escola Classe 03 de Planaltina, perto da minha casa, uma professora (Valdete, tive o privilégio de tê-la como colega de trabalho há dois anos, ela como contrato temporário), muito dócil foi lecionar em minha turma, ela tinha uns carimbos com desenhos e letras, um dia ela carimbou no meu caderno o desenho de uma faca e o mesmo vinha com um F , foi aí que me deu um estalo, fiz a relação do F com a faca, a professora me disse que o F era da faca, veio então mais uma cópia, agora da família silábica, ficava repetindo FA FE FI FO FU, agora era diferente pois lembrava da faca, comecei então comecei a adquirir a consciência fonológica. Depois disso não tive mais problemas de aprendizagem, logo aprendi a ler.
Quando esse estalo aconteceu, queria que cada criança aprendesse logo a ler e a escrever para não passar o que eu havia passado, aquela época meu pai estava construindo a nossa casa, havia restos de madeira lá dentro da construção e eu gostava muito de escrever com carvão nas paredes do nosso barraco, tive uma idéia, peguei um caderno e um lápis e sai de casa em casa pedindo as mães para que deixassem eu ensinar seus filhos a ler e a escrever, todas as tardes reunia todos na sala ainda em construção, sentavam em tijolos com caderno e lápis nas mãos, em um pedaço de madeira e um pedaço de carvão ensinava tudo que eu já sabia, era tudo muito mágico pois eles aprendiam, cada tarde para mim era muito especial, pois sabia que quando aquelas crianças chegassem aos sete anos não sofreriam tanta vergonha como eu havia sofrido, isso me dava uma enorme satisfação.
Sempre fui uma aluna comportada, caladinha até demais, as dúvidas que surgiam nas aulas as levava comigo, com vergonha dos meus colegas ou da minha professora, tinha medo que ela pensasse que eu não estava prestando atenção, e também de levar bronca, pois em casa sempre que queria saber algo e perguntava para minha mãe, logo ela dava uma bronca e com voz ríspida dizia que eu era muito curiosa e mandava-me parar de ser daquele jeito, de tanto ouvir a frase “pare de fazer perguntas, larga de ser curiosa!”. Por muito tempo mantive esta postura.
Guardo poucas lembranças do tempo em que cursei o ensino fundamental, repeti a terceira série, havia saído da Escola Classe 03 e fui para a Escola 2, até hoje não sei o porquê, achava minha professora super rígida, morria de medo de perguntar o que eu não entendia. Lembro-me da hora da leitura, um aluno começava em voz alta os outros acompanhavam o texto com os olhos, quando ela pedia para outra criança continuar a leitura e que não sabia onde o colega havia parado, ficava o resto da aula de pé, em parte foi bom, pois cobravam de nós entonação e fluência na leitura.
Nesta época eu fazia questão de chegar atrasada, pois o porteiro não deixava as crianças atrasadas entrarem, achava o máximo ir embora, de “consciência tranqüila” por ter feito a “minha parte“ de ter ido à escola, Além de não suportá-la, não tinha conteúdo anterior suficiente para cursar aquela série.
Em vez de me ajudar, me punia, o pior foi repetir a série e no ano seguinte lá estava a dona Judilita( que fez questão de me ridicularizar diante da nova turma).
Quando estava cursando a sexta série, no ano de 1979 meu pai foi transferido ( trabalhava como encarregado de pedreiro, construção civil ) para a cidade de Catalão –GO, fui estudar no Colégio Anchieta, meu pai ganhou uma bolsa de estudos para mim, só que como sempre eu era aquela criança que não se destacava muito, a coisa ficou pior para mim, os alunos desse colégio tinham aula de inglês desde a primeira série, o professor já entrava na sala cumprimentando a turma em inglês, imagine como me sentia, em outro planeta lógico, neste ano fiquei de recuperação em cinco matérias, ficando para a terceira época, como era chamada, mas graças a Deus consegui vencer os conteúdos.
Meu irmão mais velho estudava no Colégio Estadual João Netto de Campos, ele amava estudar lá, além de muitos amigos que fizera, lá tinha uma piscina olímpica, que os alunos desfrutavam até mesmo no fim de semana.
No ano seguinte, pedi minha mãe para me matricular lá também. Para minha tristeza os professores já iniciaram o ano letivo de greve, essa greve durou cerca de três meses, minha ansiedade parecia ser maior do que eu.
Quando as aulas começaram, foi maravilhoso, tudo era muito especial, os professores brilhantes, os colegas se reuniam para estudar, comecei a fazer parte da fanfarra da escola, tocava corneta, mas era apaixonada pelo tarou, fiz belas amizades, aprendi a famosa matemática, que não entrava de forma alguma na minha cabeça. Que tempo maravilhoso! Mas tudo que é bom, infelizmente dura pouco. E foi isso que aconteceu, no mês de julho de 1981, meu pai foi transferido novamente para o DF, foi um dos dias mais tristes para minha família.
Neste ano cursava a oitava série, os conteúdos de algumas matérias já havia estudado no Goiás, tive que rever aqui no Distrito Federal novamente, já tinha outra maturidade, já me interessava pela leitura, pois havia adquirido este hábito com professores de Catalão, que liam histórias para nós em sala de aula, lembro bem do livro A ilha Perdida, tomei gosto pela literatura, gostava de ler foto novela, contos, poesias, apesar de não ter acesso a muitos gêneros textuais, por causa do nível social e cultural da minha família.Quase todas as tardes ia à Biblioteca Setorial Monteiro Lobato, ali mergulha no mundo maravilhoso da fantasia através de obras literárias.
No ano de 1982, havia mudado de colégio novamente, desta vez, fui para um Centro Educacional 1, cursar o primeiro ano básico, meu sonho era ser uma secretária executiva, achava uma profissão interessante, de mulheres elegantes, inteligentes e brilhantes. Este ano foi muito especial para mim, estava na escola mais cobiçada de Planaltina, tinha um prestígio muito grande na sociedade tradicional da região, todos os alunos sonhavam um dia estudar lá. Seu lado cultural era invejado por muitos, nos deixava a par de tudo, nossa diretora ( Selma Guimarães) era super exigente com organização, higiene, pontualidade e nos dava uma noção de respeito e civismo, nunca esquecerei do exemplo que foi para mim.
Era mais um ano de copa do mundo, infelizmente perdemos para a Itália, mas em compensação adquirimos muitos conhecimentos a cerca dos países que estavam participando e disputaram com o Brasil.
Consegui um curso de datilografia que era oferecido aos alunos destaques de cada sala, logo eu que era considerada a “burrinha” nos outros colégios que já havia passado, a didática era totalmente diferente, os professores de lá eram legais e dinâmicos, nos faziam pensar, estudar, pesquisar, ler, dramatizar, dançar..... Que diferença fez em minha vida estudantil.
Para minha surpresa, mais uma vez meu pai foi novamente transferido para o Estado do Pará, fomos morar em uma cidade chamada Barcarena, na época, não existia no mapa do Brasil, fomos discriminados por sermos e possuirmos uma cultura totalmente diferente daquela população. A recepção no novo colégio foi horrível, parecia que eu era um ser extraterrestre, tudo por causa do meu dialeto, riam cada vez que eu abria a boca para falar algo, se eles conhecessem um pouco de sociolingüística, talvez aqueles quatro anos e meio que passei ali, teriam sido mais brandos, imagine uma cearense, criada em Brasília, morando no Pará.
Por falta do curso que queria, recebi alguns conselhos de uma tia ( Lurdes ) que hoje sou muito grata por ter me orientado num momento tão difícil, fui fazer o segundo ano do curso do magistério, muito triste, decepcionada e desanimada, pois não queria ser professora e sim secretária executiva, apesar da profissão exigir pelo menos três idiomas, não tinha condições financeiras,nem para comprar os materiais essenciais para conclusão do meu 2º Grau.
Mas Deus, que me conhece desde o ventre de minha mãe, sabia que iria me apaixonar, e assim foi, antes de terminar o curso já dava uma aula criativa e sem saber preparava minhas aulas para o estágio dentro do construtivismo, era só elogios, minha professora de práticas do ensino me indicou para ser professora em uma escola municipal onde ela era coordenadora pedagógica, ainda estava cursando o terceiro ano do magistério, recebi como um grande desafio, com muita dedicação, no ano seguinte era a professora mais requisitada pelos pais de alunos daquela comunidade, recebi um convite para trabalhar como professora de matemática de 1ª a 4ª séries da única escola particular de Barcarena, e não parou por ai, logo minha diretora da escola municipal, me convidou para lecionar geografia no curso do Mobral de 5ª a 8ª séries. Via portas se abrindo e mergulhei de cabeça, trabalhava nos três períodos, foi cansativo, emagreci cerca de 7 quilos em seis meses, mas foi gratificante, amadureci, bastante.
No ano de 1986, voltamos para o Distrito Federal, sem emprego, mas com experiência e muita vontade de trabalhar. Consegui uma vaga em uma creche na L2 norte CCBB ( Centro Comunitário Batista de Brasília) , foi outra experiência riquíssima, que jamais esquecerei, tive o privilégio de alfabetizar usando histórias bíblicas, convívio com crianças de classes sociais diferentes e também de diversas religiões. Por causa do salário que era pouco, como ele já é chamado o “mínimo”, pedi demissão e fui tentar trabalhar de secretária, não tinha nada haver comigo, passei a trabalhar em uma loja de equipamentos para informática, logo sem nunca ter ligado um computador, meu chefe me entregou um livro e pediu para que eu lesse para poder ministrar aulas de um editor de textos para alguns funcionários do Senado Federal, como poderia ministrar aulas em um computador se nem havia me apresentado a ele?
Para não contrariar meu chefe, assumi a turma, mas foi um desastre, logo fui demitida, passei a tomar pavor de computador, passava longe dele.
Fui trabalhar na Loja do Colegial, parecia um trabalho escravo, mal tinha meia hora para me alimentar, trabalhava de 8h às 22:30h, ganhava o salário comercial, trabalhei lá durante dois anos, pedi demissão. Queria voltara lecionar, mas queria um emprego público, fiz um cursinho preparatório e enfrentei o concurso de novembro de 1991, para a glória de Deus passei.
Em quanto aguardava minha convocação para assumir meu cargo na FEDF, comecei a dar aulas de Ensino Religioso no Colégio João Wesley, em Planaltina, foi muito bom, mas no mês de novembro de 1992, fui convocada, então parti para meu novo vôo.
Hoje estou com quase dezesseis anos trabalhando na Secretaria de educação do DF, tenho tido experiências fascinantes quanto a alfabetização, vejo o quanto é gratificante poder contribuir para que nossas crianças não passem pelo que passei, ou melhor que muitos de nós passamos.
Em 1992, os professores tiveram uma greve que durou setenta e dois dias, no mês de dezembro fui convocada, assumi uma turma de 3ª série, essa turma tinha passado um ano letivo muito difícil, vários professores já haviam passado por ela, os “conteúdos estavam todos atrasados, tive que acelerar e remir o tempo para que os alunos não ficassem ainda mais defasados, graças a Deus conseguimos. No ano seguinte trabalhei com uma 3ª série brilhante, como amei trabalhar com aquela turma no turno matutino, já no vespertino trabalhava como .dinamizadora( era assim chamada a professora que dava aulas de ensino religioso, artes, jogos e recreação, enquanto o professor da turma fazia sua coordenação um trabalho bem exaustivo, eram quatro turmas de 3ª e 4ª séries, ia a cada turma uma vez por semana, mas foi uma experiência única, tive uma noção de como lidar com adolescentes, essas turmas eram de alunos com muita defasagem, estavam há anos nas séries iniciais, desmotivados e muito carentes, economicamente, socialmente e principalmente afetivamente. Mesmo sem saber o que fazer para ajudá-los, pois o magistério não nos preparava para essa realidade, comecei a trabalhar a auto estima deles e o resultado foi surpreendente, no fim do semestre, consegui uma vaga em Planaltina, senti muito em deixá-los, porque trabalhar no Sobradinho II estava muito cansativo, por causa do horário dos ônibus, saía de casa às 6:30 e retornava às 20:00h, mas creio que fiz o que estava ao meu alcance no pouco tempo em estivemos juntos, eles ficaram mais amáveis e confiantes. No segundo semestre, assumi duas turma de “continuando,” estava quase fazendo o que eu realmente queria, mas ainda não estava realizada, até que no ano seguinte fui para outra escola,ser novamente dinamizadora, tive o privilégio de lecionar para uma turminha maravilhosa de Educação infantil, sentia que o tempo voava, então descobri que trabalhar com essa área me dava uma grande satisfação. Mas como eu era novata, acabava ficando com a turma que sobrava, sempre a 1ª série, procurei fazer cursos oferecidos pela Fundação Educacional, que me ajudaram bastante. Com o passar do tempo ficou muito difícil o acesso aos cursos, até que no ano de 1995, assumi uma turma de Reintegração, foi um projeto criado para acabar com a defasagem de idade /série, a turma tinha alunos com 4 e 5 anos de escolarização, mas não sabiam escrever e nem ler sequer o próprio nome, foi um grande desafio, mas tive uma ótima orientação, um curso que foi ministrado durante todo o projeto, no final de um ano e meio, os alunos já criavam seus próprios textos, me senti muito gratificada.
Em 1997, trabalhei como coordenadora, não vi muito meu trabalho, pois tinha que substituir professores que faltavam, foi um ano muito conturbado, houve eleição para diretor, participei de uma das chapas, foi uma experiência super desagradável, presenciei fatos que nunca imaginei que “educadores” seriam capazes de realizar, tudo por causa do “poder”, ainda era muito imatura e não conhecia o mundo da “política”, onde prevalece o discurso sem prática, onde seus próprios interesses estão acima de tudo e de todos, mas continuei minha jornada, alfabetizando com muito afinco e determinação, sempre querendo uma sociedade mais justa, onde os pobres possam conquistar seu espaço com dignidade e respeito.
Nos anos seguintes, consegui finalmente trabalhar com o terceiro período na Educação infantil, que maravilha, quando eu entrava para minha sala de aula, esquecia de tudo lá fora, ali se tornava um pedacinho do céu, até hoje encontro mães e alunos que recordam com muito carinho e saudade dos bons momentos de descoberta que fizemos juntos. É gratificante, encontrar com eles e saber que contribui para que hoje estejam realizando os sonhos que projetaram naquele ano, nas conversas nas rodinhas, nas orações que fazíamos antes de começar a aula.
Durante 2000 e 2003, fui assistente de direção, foi outro horizonte que vi diante dos meus olhos, uma rica experiência, que nos transporta para outro anglo, comecei enxergar coisas que dentro da sala de aula não percebia, principalmente, conhecer um pouco mais do ser humano, suas capacidades e suas fragilidades, ganhei um novo olhar, percebi uma nova dimensão, vi que quando queremos podemos fazer a diferença, tanto para o positivo quanto para o negativo.
Nasci no dia seis de maio de mil novecentos e sessenta e cinco, no município de São Benedito Ceará, em uma família muito simples, sou a segunda de oito irmãos. No ano de mil novecentos e sessenta e oito, minha mãe veio a Brasília a procura do meu pai que tinha vindo há seis meses trabalhar na construção de Brasília, a nova Capital. Ao passarmos nas proximidades da cidade de Paracatu-MG, sofremos um acidente horrível, onde, onze pessoas morreram inclusive uma senhora que estava no seu oitavo mês de gestação. Sofremos alguns ferimentos, sendo que o mais grave foi o meu, um corte profundo na minha perna esquerda, cicatriz profunda que até hoje me faz lembrar aquela madrugada fria, escura e chuvosa.
Sem ter onde morar e sem noticias do meu pai, minha mãe procurou saber onde ele se encontrava através de uns velhos conhecidos que moravam no Gama DF. Ao saber da tragédia, meu pai ficou estarrecido, pois minha mãe não havia comunicado a ele que viria com toda família ao seu encontro, naquele tempo era de costume os nordestinos virem trabalhar aqui em Brasília e constituir uma nova família e nunca mais a esposa tinha noticias do mesmo, minha genitora não queria que o mesmo acontecesse conosco.
Com muito sofrimento e muita luta, depois de algum tempo meus pais conseguiram um lote em Planaltina DF, minha mãe estava grávida e meu pai sofreu um acidente no trabalho, ficando gravemente ferido, ficou um ano com a perna engessada.
Enquanto ele estava em casa minha mãe o alfabetizou. Meu pai colocou em seu coração que faria o possível e o impossível para que seus filhos estudassem, apesar da pobreza e do sacrifício, quando fiz sete anos fui à escola cursar a primeira etapa, tinha apenas um caderno e um lápis, não sabia bem o que estava fazendo ali, não conseguia assimilar o que era o tal do “BA,be,bi,bo,bu” que a professora tanto falava e porque eu tinha que passar o lápis por cima daqueles incansáveis pontinhos, o que eu gostava mesmo era dos desenhos que vinham para colorir, se algum coleguinha me emprestasse os lápis de cores,aquilo sim era que me dava prazer, pena que era muito raro isso acontecer, lembro-me também que de quinze em quinze dias tínhamos recreação de meia hora no final da aula, sempre com brincadeiras dirigidas pela professora, assim aprendi a brincar de queimada, bandeirinha, barra manteiga, amarelinha, pular corda.
Recordo da primeira cartilha que ganhei, meu coração parecia que ia saltar para fora de tanta alegria, era de capa azul, e tinha uma linda e colorida borboleta na capa e se chamava ATALIBA, não via à hora de chegar em casa e mostrar para minha mãe, não me recordo da reação dela, via aquelas letras como o menino que aprendeu a ver, como na historinha que li a pouco tempo.
Os anos que se seguiram não foram fáceis, a dificuldade na aprendizagem era berrante, mas como era uma criança quietinha e comportada acabava indo para outra turma, sem aprender escrever sequer o meu pré- nome, apenas copiava da ficha, que a professora me entregava, para eu copiar, com uma letra super ilegível que ninguém decifrava o que realmente eu queria escrever.
O tempo passava, naquele tempo não se ouvia falar em seriação e sim “etapas,” depois da terceira etapa a criança ia para a terceira série, fiquei retida na primeira etapa, para mim a professora falava javanês. Até que um dia inauguraram uma a Escola Classe 03 de Planaltina, perto da minha casa, uma professora (Valdete, tive o privilégio de tê-la como colega de trabalho há dois anos, ela como contrato temporário), muito dócil foi lecionar em minha turma, ela tinha uns carimbos com desenhos e letras, um dia ela carimbou no meu caderno o desenho de uma faca e o mesmo vinha com um F , foi aí que me deu um estalo, fiz a relação do F com a faca, a professora me disse que o F era da faca, veio então mais uma cópia, agora da família silábica, ficava repetindo FA FE FI FO FU, agora era diferente pois lembrava da faca, comecei então comecei a adquirir a consciência fonológica. Depois disso não tive mais problemas de aprendizagem, logo aprendi a ler.
Quando esse estalo aconteceu, queria que cada criança aprendesse logo a ler e a escrever para não passar o que eu havia passado, aquela época meu pai estava construindo a nossa casa, havia restos de madeira lá dentro da construção e eu gostava muito de escrever com carvão nas paredes do nosso barraco, tive uma idéia, peguei um caderno e um lápis e sai de casa em casa pedindo as mães para que deixassem eu ensinar seus filhos a ler e a escrever, todas as tardes reunia todos na sala ainda em construção, sentavam em tijolos com caderno e lápis nas mãos, em um pedaço de madeira e um pedaço de carvão ensinava tudo que eu já sabia, era tudo muito mágico pois eles aprendiam, cada tarde para mim era muito especial, pois sabia que quando aquelas crianças chegassem aos sete anos não sofreriam tanta vergonha como eu havia sofrido, isso me dava uma enorme satisfação.
Sempre fui uma aluna comportada, caladinha até demais, as dúvidas que surgiam nas aulas as levava comigo, com vergonha dos meus colegas ou da minha professora, tinha medo que ela pensasse que eu não estava prestando atenção, e também de levar bronca, pois em casa sempre que queria saber algo e perguntava para minha mãe, logo ela dava uma bronca e com voz ríspida dizia que eu era muito curiosa e mandava-me parar de ser daquele jeito, de tanto ouvir a frase “pare de fazer perguntas, larga de ser curiosa!”. Por muito tempo mantive esta postura.
Guardo poucas lembranças do tempo em que cursei o ensino fundamental, repeti a terceira série, havia saído da Escola Classe 03 e fui para a Escola 2, até hoje não sei o porquê, achava minha professora super rígida, morria de medo de perguntar o que eu não entendia. Lembro-me da hora da leitura, um aluno começava em voz alta os outros acompanhavam o texto com os olhos, quando ela pedia para outra criança continuar a leitura e que não sabia onde o colega havia parado, ficava o resto da aula de pé, em parte foi bom, pois cobravam de nós entonação e fluência na leitura.
Nesta época eu fazia questão de chegar atrasada, pois o porteiro não deixava as crianças atrasadas entrarem, achava o máximo ir embora, de “consciência tranqüila” por ter feito a “minha parte“ de ter ido à escola, Além de não suportá-la, não tinha conteúdo anterior suficiente para cursar aquela série.
Em vez de me ajudar, me punia, o pior foi repetir a série e no ano seguinte lá estava a dona Judilita( que fez questão de me ridicularizar diante da nova turma).
Quando estava cursando a sexta série, no ano de 1979 meu pai foi transferido ( trabalhava como encarregado de pedreiro, construção civil ) para a cidade de Catalão –GO, fui estudar no Colégio Anchieta, meu pai ganhou uma bolsa de estudos para mim, só que como sempre eu era aquela criança que não se destacava muito, a coisa ficou pior para mim, os alunos desse colégio tinham aula de inglês desde a primeira série, o professor já entrava na sala cumprimentando a turma em inglês, imagine como me sentia, em outro planeta lógico, neste ano fiquei de recuperação em cinco matérias, ficando para a terceira época, como era chamada, mas graças a Deus consegui vencer os conteúdos.
Meu irmão mais velho estudava no Colégio Estadual João Netto de Campos, ele amava estudar lá, além de muitos amigos que fizera, lá tinha uma piscina olímpica, que os alunos desfrutavam até mesmo no fim de semana.
No ano seguinte, pedi minha mãe para me matricular lá também. Para minha tristeza os professores já iniciaram o ano letivo de greve, essa greve durou cerca de três meses, minha ansiedade parecia ser maior do que eu.
Quando as aulas começaram, foi maravilhoso, tudo era muito especial, os professores brilhantes, os colegas se reuniam para estudar, comecei a fazer parte da fanfarra da escola, tocava corneta, mas era apaixonada pelo tarou, fiz belas amizades, aprendi a famosa matemática, que não entrava de forma alguma na minha cabeça. Que tempo maravilhoso! Mas tudo que é bom, infelizmente dura pouco. E foi isso que aconteceu, no mês de julho de 1981, meu pai foi transferido novamente para o DF, foi um dos dias mais tristes para minha família.
Neste ano cursava a oitava série, os conteúdos de algumas matérias já havia estudado no Goiás, tive que rever aqui no Distrito Federal novamente, já tinha outra maturidade, já me interessava pela leitura, pois havia adquirido este hábito com professores de Catalão, que liam histórias para nós em sala de aula, lembro bem do livro A ilha Perdida, tomei gosto pela literatura, gostava de ler foto novela, contos, poesias, apesar de não ter acesso a muitos gêneros textuais, por causa do nível social e cultural da minha família.Quase todas as tardes ia à Biblioteca Setorial Monteiro Lobato, ali mergulha no mundo maravilhoso da fantasia através de obras literárias.
No ano de 1982, havia mudado de colégio novamente, desta vez, fui para um Centro Educacional 1, cursar o primeiro ano básico, meu sonho era ser uma secretária executiva, achava uma profissão interessante, de mulheres elegantes, inteligentes e brilhantes. Este ano foi muito especial para mim, estava na escola mais cobiçada de Planaltina, tinha um prestígio muito grande na sociedade tradicional da região, todos os alunos sonhavam um dia estudar lá. Seu lado cultural era invejado por muitos, nos deixava a par de tudo, nossa diretora ( Selma Guimarães) era super exigente com organização, higiene, pontualidade e nos dava uma noção de respeito e civismo, nunca esquecerei do exemplo que foi para mim.
Era mais um ano de copa do mundo, infelizmente perdemos para a Itália, mas em compensação adquirimos muitos conhecimentos a cerca dos países que estavam participando e disputaram com o Brasil.
Consegui um curso de datilografia que era oferecido aos alunos destaques de cada sala, logo eu que era considerada a “burrinha” nos outros colégios que já havia passado, a didática era totalmente diferente, os professores de lá eram legais e dinâmicos, nos faziam pensar, estudar, pesquisar, ler, dramatizar, dançar..... Que diferença fez em minha vida estudantil.
Para minha surpresa, mais uma vez meu pai foi novamente transferido para o Estado do Pará, fomos morar em uma cidade chamada Barcarena, na época, não existia no mapa do Brasil, fomos discriminados por sermos e possuirmos uma cultura totalmente diferente daquela população. A recepção no novo colégio foi horrível, parecia que eu era um ser extraterrestre, tudo por causa do meu dialeto, riam cada vez que eu abria a boca para falar algo, se eles conhecessem um pouco de sociolingüística, talvez aqueles quatro anos e meio que passei ali, teriam sido mais brandos, imagine uma cearense, criada em Brasília, morando no Pará.
Por falta do curso que queria, recebi alguns conselhos de uma tia ( Lurdes ) que hoje sou muito grata por ter me orientado num momento tão difícil, fui fazer o segundo ano do curso do magistério, muito triste, decepcionada e desanimada, pois não queria ser professora e sim secretária executiva, apesar da profissão exigir pelo menos três idiomas, não tinha condições financeiras,nem para comprar os materiais essenciais para conclusão do meu 2º Grau.
Mas Deus, que me conhece desde o ventre de minha mãe, sabia que iria me apaixonar, e assim foi, antes de terminar o curso já dava uma aula criativa e sem saber preparava minhas aulas para o estágio dentro do construtivismo, era só elogios, minha professora de práticas do ensino me indicou para ser professora em uma escola municipal onde ela era coordenadora pedagógica, ainda estava cursando o terceiro ano do magistério, recebi como um grande desafio, com muita dedicação, no ano seguinte era a professora mais requisitada pelos pais de alunos daquela comunidade, recebi um convite para trabalhar como professora de matemática de 1ª a 4ª séries da única escola particular de Barcarena, e não parou por ai, logo minha diretora da escola municipal, me convidou para lecionar geografia no curso do Mobral de 5ª a 8ª séries. Via portas se abrindo e mergulhei de cabeça, trabalhava nos três períodos, foi cansativo, emagreci cerca de 7 quilos em seis meses, mas foi gratificante, amadureci, bastante.
No ano de 1986, voltamos para o Distrito Federal, sem emprego, mas com experiência e muita vontade de trabalhar. Consegui uma vaga em uma creche na L2 norte CCBB ( Centro Comunitário Batista de Brasília) , foi outra experiência riquíssima, que jamais esquecerei, tive o privilégio de alfabetizar usando histórias bíblicas, convívio com crianças de classes sociais diferentes e também de diversas religiões. Por causa do salário que era pouco, como ele já é chamado o “mínimo”, pedi demissão e fui tentar trabalhar de secretária, não tinha nada haver comigo, passei a trabalhar em uma loja de equipamentos para informática, logo sem nunca ter ligado um computador, meu chefe me entregou um livro e pediu para que eu lesse para poder ministrar aulas de um editor de textos para alguns funcionários do Senado Federal, como poderia ministrar aulas em um computador se nem havia me apresentado a ele?
Para não contrariar meu chefe, assumi a turma, mas foi um desastre, logo fui demitida, passei a tomar pavor de computador, passava longe dele.
Fui trabalhar na Loja do Colegial, parecia um trabalho escravo, mal tinha meia hora para me alimentar, trabalhava de 8h às 22:30h, ganhava o salário comercial, trabalhei lá durante dois anos, pedi demissão. Queria voltara lecionar, mas queria um emprego público, fiz um cursinho preparatório e enfrentei o concurso de novembro de 1991, para a glória de Deus passei.
Em quanto aguardava minha convocação para assumir meu cargo na FEDF, comecei a dar aulas de Ensino Religioso no Colégio João Wesley, em Planaltina, foi muito bom, mas no mês de novembro de 1992, fui convocada, então parti para meu novo vôo.
Hoje estou com quase dezesseis anos trabalhando na Secretaria de educação do DF, tenho tido experiências fascinantes quanto a alfabetização, vejo o quanto é gratificante poder contribuir para que nossas crianças não passem pelo que passei, ou melhor que muitos de nós passamos.
Em 1992, os professores tiveram uma greve que durou setenta e dois dias, no mês de dezembro fui convocada, assumi uma turma de 3ª série, essa turma tinha passado um ano letivo muito difícil, vários professores já haviam passado por ela, os “conteúdos estavam todos atrasados, tive que acelerar e remir o tempo para que os alunos não ficassem ainda mais defasados, graças a Deus conseguimos. No ano seguinte trabalhei com uma 3ª série brilhante, como amei trabalhar com aquela turma no turno matutino, já no vespertino trabalhava como .dinamizadora( era assim chamada a professora que dava aulas de ensino religioso, artes, jogos e recreação, enquanto o professor da turma fazia sua coordenação um trabalho bem exaustivo, eram quatro turmas de 3ª e 4ª séries, ia a cada turma uma vez por semana, mas foi uma experiência única, tive uma noção de como lidar com adolescentes, essas turmas eram de alunos com muita defasagem, estavam há anos nas séries iniciais, desmotivados e muito carentes, economicamente, socialmente e principalmente afetivamente. Mesmo sem saber o que fazer para ajudá-los, pois o magistério não nos preparava para essa realidade, comecei a trabalhar a auto estima deles e o resultado foi surpreendente, no fim do semestre, consegui uma vaga em Planaltina, senti muito em deixá-los, porque trabalhar no Sobradinho II estava muito cansativo, por causa do horário dos ônibus, saía de casa às 6:30 e retornava às 20:00h, mas creio que fiz o que estava ao meu alcance no pouco tempo em estivemos juntos, eles ficaram mais amáveis e confiantes. No segundo semestre, assumi duas turma de “continuando,” estava quase fazendo o que eu realmente queria, mas ainda não estava realizada, até que no ano seguinte fui para outra escola,ser novamente dinamizadora, tive o privilégio de lecionar para uma turminha maravilhosa de Educação infantil, sentia que o tempo voava, então descobri que trabalhar com essa área me dava uma grande satisfação. Mas como eu era novata, acabava ficando com a turma que sobrava, sempre a 1ª série, procurei fazer cursos oferecidos pela Fundação Educacional, que me ajudaram bastante. Com o passar do tempo ficou muito difícil o acesso aos cursos, até que no ano de 1995, assumi uma turma de Reintegração, foi um projeto criado para acabar com a defasagem de idade /série, a turma tinha alunos com 4 e 5 anos de escolarização, mas não sabiam escrever e nem ler sequer o próprio nome, foi um grande desafio, mas tive uma ótima orientação, um curso que foi ministrado durante todo o projeto, no final de um ano e meio, os alunos já criavam seus próprios textos, me senti muito gratificada.
Em 1997, trabalhei como coordenadora, não vi muito meu trabalho, pois tinha que substituir professores que faltavam, foi um ano muito conturbado, houve eleição para diretor, participei de uma das chapas, foi uma experiência super desagradável, presenciei fatos que nunca imaginei que “educadores” seriam capazes de realizar, tudo por causa do “poder”, ainda era muito imatura e não conhecia o mundo da “política”, onde prevalece o discurso sem prática, onde seus próprios interesses estão acima de tudo e de todos, mas continuei minha jornada, alfabetizando com muito afinco e determinação, sempre querendo uma sociedade mais justa, onde os pobres possam conquistar seu espaço com dignidade e respeito.
Nos anos seguintes, consegui finalmente trabalhar com o terceiro período na Educação infantil, que maravilha, quando eu entrava para minha sala de aula, esquecia de tudo lá fora, ali se tornava um pedacinho do céu, até hoje encontro mães e alunos que recordam com muito carinho e saudade dos bons momentos de descoberta que fizemos juntos. É gratificante, encontrar com eles e saber que contribui para que hoje estejam realizando os sonhos que projetaram naquele ano, nas conversas nas rodinhas, nas orações que fazíamos antes de começar a aula.
Durante 2000 e 2003, fui assistente de direção, foi outro horizonte que vi diante dos meus olhos, uma rica experiência, que nos transporta para outro anglo, comecei enxergar coisas que dentro da sala de aula não percebia, principalmente, conhecer um pouco mais do ser humano, suas capacidades e suas fragilidades, ganhei um novo olhar, percebi uma nova dimensão, vi que quando queremos podemos fazer a diferença, tanto para o positivo quanto para o negativo.
Aprendi muito com diversos tipos de profissionais.
Nos anos seguintes voltei para a minha querida Pré- escola, que refrigério para minha alma, poder contribuir para que nossa sociedade futuramente tenha cidadãos críticos, responsáveis, seguros, que compreendam que além de seus direitos, possuem também deveres para com a sociedade.
No inicio de 2008, vim para a tutoria da Educação infantil, tive uma visão mais ampla da educação em Planaltina-DF, que muito alegrou meu coração em saber que existem professores bem comprometidos, com projetos riquíssimos e apaixonados pelo que fazem. Mas com um desejo tremendo de ter uma formação continuada, como este desse ano.
Nos anos seguintes voltei para a minha querida Pré- escola, que refrigério para minha alma, poder contribuir para que nossa sociedade futuramente tenha cidadãos críticos, responsáveis, seguros, que compreendam que além de seus direitos, possuem também deveres para com a sociedade.
No inicio de 2008, vim para a tutoria da Educação infantil, tive uma visão mais ampla da educação em Planaltina-DF, que muito alegrou meu coração em saber que existem professores bem comprometidos, com projetos riquíssimos e apaixonados pelo que fazem. Mas com um desejo tremendo de ter uma formação continuada, como este desse ano.
Postado por Cantinho da Alfabetização às 08:43 0 comentários
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Alfabetização e linguagem
A professora Márcia Regina Alves, pessoa linda que tive o privilégio de conhecer este ano, nos deu uma aula sobre Alfabetização e letramento, foi muito esclarecedora, aprendemos que língua, é um sistema que tem como centro a interação verbal (através de textos ou discursos falados ou escritos).
O ensino da mesma deve valorizar o uso da língua em diferentes situações ou contexto sociais, com sua diversidade de funções e sua variedade de estilos e modos de falar.
Antes eu pensava que muitas pessoas falavam errado, mas hoje sei que na fala não existe certo ou errado e sim uma adequação com o meio de falar, pois devemos respeitar as diferenças, toda fala existe uma história, há um porquê, devemos sim ensinar a cultura escolarizada, ratificar sem menosprezar e expor a pessoa.
Nossa escrita não permite muitas coisas, a fala sim.
O ensino da mesma deve valorizar o uso da língua em diferentes situações ou contexto sociais, com sua diversidade de funções e sua variedade de estilos e modos de falar.
Antes eu pensava que muitas pessoas falavam errado, mas hoje sei que na fala não existe certo ou errado e sim uma adequação com o meio de falar, pois devemos respeitar as diferenças, toda fala existe uma história, há um porquê, devemos sim ensinar a cultura escolarizada, ratificar sem menosprezar e expor a pessoa.
Nossa escrita não permite muitas coisas, a fala sim.
Postado por Cantinho da Alfabetização às 15:25 0 comentários
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